Feliz Dia da Mulher! Hoje é aquele dia que gosto de ligar pra minha mãe e a minha vó e agradecê-las pelo exemplo de mulheres fortes que sempre foram em minha vida. Infelizmente a bibliografia das duas *ainda* não foi publicada pra eu poder indicar a leitura. Mas não tem problema! Aqui vão outras três mulheres brasileiras que, para mim, são exemplos de mulheres fortes e batalhadoras. O diferencial é que você também pode conhecê-las melhor.
Cora Coralina
Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, conhecida como Cora Coralina, nasceu no meio Goiás já no meio do alvoroço, pouco antes do Brasil se tornar uma república. Ela nunca escreveu necessariamente sobre feminismo, mas enquanto que a métrica do parnasianismo reinavam em sua época, Cora escrevia de sua forma única e desmedida, da mesma forma que sempre viveu a vida. Ela é considerada uma das maiores escritoras brasileiras, mas infelizmente não se fala muito dela.
Vendeu linguiça e banha de porco após a morte do marido para ganhar dinheiro e terminou a vida com o título de Doutor Honoris Causa da UFG, tendo o seu primeiro livro publicado aos 76 anos de idade. Ela foi uma mulher porreta.
Para aprender mais: Leia a sua obra Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais.
Mesmo quando tudo
parece desabar,
cabe a mim decidir
entre rir ou chorar,
ir ou ficar,
desistir ou lutar;
porque descobri, no caminho
incerto da vida, que o mais
importante é o decidir."
— Cora Coralina
Elza Soares
Elza Soares praticamente despensa apresentações, né? Ela não tinha como ter nascido mais desfavorecida na vida. Aos 12 anos já estava casada do primeiro marido, aos 21 já estava viúva e com 5 filhos para criar. Começou a cantar aos 13 anos de idade num programa de calouros, para conseguir dinheiro para pagar os remédios do filho recém-nascido. Foi quando, ao ser ironizada pelo apresentador, que perguntou a ela: "De que planeta você veio?", ela respondeu: "Do Planeta Fome".
Nasceu na favela, passou fome, perdeu maridos e filho, sofreu preconceito e batalhou para se tornar essa cantora icônica que é hoje. Se isso não é admirável, não sei o que seria.
Para aprender mais: Seu último álbum, recheado de músicas inéditas, A Mulher do Fim do Mundo.
Eu não tenho raiva de ninguém e nem tenho mágoa de ninguém, mas como eu posso ter mágoa com este poder todo que Deus me deu te cantar."
— Elza Soares
Maria da Penha
Em 1983, Maria da Penha Maia Fernandes estava dormindo quando o seu marido a atirou nas suas costas, deixando-a paraplégica. Duas semanas depois, tentou matá-la eletrocutada. Na sua busca por justiça contra o agressor, se viu perdida no sistema falho de justiça brasileira, conseguindo justiça apenas 19 anos depois de começar a sua luta—mas, no final, conseguiu. Em 2006, foi sancionada a lei Maria da Penha, que busca aumentar o rigor das punições sobre crimes domésticos.
No fim, ela transformou seu sofrimento em luta pelo direito das mulheres e símbolo contra violência doméstica.
Para aprender mais: Esse ótimo artigo na revista TPM e a sua bibliografia, Sobrevivi... Posso Contar.
Seja do jeito que for, mas eu não quero morrer. Pedi a Deus isso e ele me atendeu."E você? Quais são as mulheres que te inspiram?
— Maria da Penha
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