Tempo pra tudo, tempo pra nada
14 de agosto de 2019
Chegamos ao meio da manhã e eu correndo atarefada com tudo: preparo o café da manhã, limpo a mesa, lavo a louça, ponho roupa na máquina para bater. Limpo o chão que o bebê sujou de comida. Limpo o bebê. Como alguma coisa rapidinho. Boto a roupa para secar.
No meio dessa corrida maluca, uma coisa engraçada acontece: tropeço aqui, tropeço ali. Aonde vou, tem algum brinquedinho, cubo, ursinho, pedacinho de infância. Ouço uma pequena reclamação. Quando finalmente me permito parar e olhar para baixo para entender de onde está vindo a "bagunça" e o "barulho", vejo o meu bebê no chão com um brinquedinho, os seus olhinhos redondos olhando para mim enquanto que fazendo um claro pedido. "Mamãe, vem brincar comigo?"
Aqueles brinquedos não eram bagunça, eram a oferta de uma brincadeira. O que eu ouvia não era um barulho, mas sim um pedido.
É tão fácil se perder nas listas de tarefas. São milhares e milhares de coisas que devo–que posso!–fazer todos os dias. Mas o que é realmente importante?
Naquele dia eu entendi. Sentei no chão, peguei o bloquinho e brinquei, ouvindo a súplica do meu bebê se tornando rapidamente numa risadinha gostosa. A louça vai sempre estar ali na pia esperando para ser lavada, mas a infância do meu filho não vai e não pode esperar.
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