Amamentação Imperfeita: A Minha História 🤱🏻🍼
15 de março de 2019
Mano, amamentação é uma coisa DIFÍCIL. Sabe o que deixa mais difícil? A pressão externa.
Faço parte de um grupo de Facebook que busca por uma maternidade mais natural (gosto da informação compartilhada no grupo!), mas recebi o "convite" de editar o meu comentário onde menciono que meu filho mamou no peito e usou mamadeira 😒 porque não podemos "fazer apologia ao uso da mamadeira" e devemos buscar tudo o que é natural. Não preciso nem falar que isso tocou num assunto delicado pra mim, né?
Eu SEMPRE quis amamentar o meu filho no peito. Pra mim, a amamentação era o momento mais especial que eu tinha com ele, o momento que era só nosso. Pra se ter ideia, o meu enxoval NÃO incluiu mamadeiras e nem chupetas. Eu tinha certeza de que conseguiria amamentar meu bebê tranquilamente, como sempre sonhei.
Contudo, já na maternidade descobri que não seria tão fácil. O Lucas passava o tempo todo no peito (livre demanda, pele a pele, tudo!), mas ainda assim o meu leite não tinha descido e as enfermeiras tiveram que me ajudar a suplementar com leite materno do banco de leite do hospital.
Chegando em casa, continuei dando o peito pra ele, quanto mais melhor. Mas ele continuava chorando com fome. Fui na especialista em lactação (busque ajuda sempre!), conversei com amigas que são doulas. Conversei com minha midwife (parteira) e quem mais pudesse. Pesquisei muito e, quando não estava amamentando o meu bebê, estava estimulando com bomba elétrica. Não estou mentindo quando digo que pelo menos metade das minhas 24 horas eram dedicadas à amamentação.
Quando o Lucas ficava com fome, mesmo depois de já ter mamado tudo, suplementava com o leite que tinha tirado e é vida que segue! Diga-se de passagem, suplementação que rolou muitas vezes à base de seringa e copinhos, com muito chororô e sem chupeta porque queria evitar confusão de bico.
Até que o meu leite desceu e foi lindo! O Lucas mamou muito e mamou gostoso -- por pouco tempo. Quando ele tinha cerca de três meses e no ápice do meu aleitamento, veio o meu período. A minha produção de leite caiu pela metade. Continuei tentado, afinal é normal no primeiro período a produção diminuir mas depois volta. Só que pra mim não voltou.
Fiz de tudo. Conversei com todos os especialistas possíveis (não foi falta de informação!!!), fiz suplemento alimentar, comi super bem, aumentei as calorias da minha alimentação, diminui os exercícios, aumentei os exercícios, enfim... Deu pra entender, né? A esse ponto, já estava suplementando com fórmula na mamadeira porque o volume que ele estava tomando era muito grande pra ficar dando com seringa (foi recomendação da minha consultora de lactação dar mamadeira pra ele) e o que tirava com a bomba elétrica não era o suficiente pra dar leite materno exclusivamente.
Até que aos cinco meses, toda vez que tentava amamentá-lo ele chorava irritado porque não saía leite. Pesquisei sobre relactação, etc. mas tive que aceitar que, infelizmente, não conseguiria amamentar o meu bebê até pelo menos um ano de idade, como que sempre quis. Chorei muito, mas muito mesmo, porque senti que tinha sido negado à mim algo que era tão especial, que significava tanto pra mim e pro meu bebê. Foi MUITO difícil aceitar o fato de que teria que dar mamadeira de fórmula para o meu bebê.
O que não ajudou nessa época, nessa dificuldade toda pela qual eu passei? Ouvir que "o corpo foi feito pra amamentar", que quem não consegue amamentar no peito não teve (ou buscou) informação, que leite materno é amor líquido, como se fosse a única maneira de amar o seu bebê, que mãe que dá mamadeira é egoísta ou presa ao passado.
Gente, de forma alguma estou dizendo que o leite materno não é importante! Até mesmo porque se não fosse, não teria me sacrificado tanto! Mas, graças aos céus, não é a única maneira de alimentar o seu filho.
Tive que aprender que, apesar do meu corpo ter sido feito e programado pra amamentar, ele não é perfeito! Se fosse assim, por ser mulher e ter um útero, deveria ter o poder de engravidar facilmente, afinal meu corpo também foi feito pra abrigar uma vida! Mas não, não foi tão simples assim que funcionou comigo também! Por isso, viva a medicina moderna e tecnologias que nos ajudam a realizar sonhos (como o de ser mãe!) e de ajudar nossos filhos a sobreviverem ao primeiro ano de vida com saúde (obrigada, fórmula!).
Por que esse texto todo? Porque eu espero, do fundo do coração, que você que também tem ou teve dificuldade de amamentar, ou qualquer outra coisa relacionada à maternidade, não se sinta mal por isso, se culpe, ou se sinta julgada. Acredite, muitas, mas muitas mães passam por isso também! Mas muitas não falam sobre isso pelos motivos que acabei de mencionar (acabei descobrindo isso através de conversas com amigas muito íntimas). Espero diminuir, essa sim, desinformação de que sou mãe logo amamento, sei o que fazer, meu instinto tá 100%. Quero, com a minha história, evitar que outras mulheres passem pelo que eu passei.
Também não pode existir culpa por você não querer amamentar (dói muito! É sacrificado), por amamentar muitão mas ter que tirar o peito mais cedo do que o recomendado porque precisa voltar a trabalhar, ou até mesmo por querer amamentar o seu filho até os 5 anos de idade!
O importante é ver o seu bebê feliz e saudável, da melhor maneira que você pode. Estamos aqui é pra apoiar, amar e ajudar.
A minha irmã me disse que, nos dias difíceis, a gente tem que se lembrar de que os nossos filhos tem sorte de terem nascido de mães que amam eles. E é nisso que eu foco: Mamadeira, peito, natural, normal ou cesárea, alimentação BLW, papinha, colher, creche, babá, em casa com o bebê, dormindo na mesma cama ou no bercinho, não importa. O seu filho tem sorte de ter uma mãe que ama tanto ele. ❤️
ps. Isso daqui não é apologia à mamadeira, amamentação, chupeta, berço, nada. Isso daqui é uma apologia a você ser mãe do jeito que dá, do jeito que cabe, dentro do seu melhor.
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Um comentário
Adorei seu comentário tive problemas para amamentar meu primeiro filho,foi difici.mas o pediatra me acalmou e disse que erra normal,a minha segunda filha mamou couro ,mais Deus é tão bom que depois de 10 anos veio a terceira filha e foi maravilhoso amamentar.cada mãe e cada filho é um filho!!!!
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